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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Coração Inquieto - 1º capítulo

Olá, temos entao o primeiro capitulo de Coração Inquieto... Divirtam - se


“Feliz aniversário, pestinha!” Minha mãe foi esvoaçante até minha cama, tão graciosa que me deixou com inveja. Eu sabia que ela não tinha sido sempre daquele jeito, o que me fez sentir um pouco melhor. Como eu era metade vampira e metade humana, todos os meus traços humanos haviam sido herdados da minha anormalmente desajeitada mãe. Eu não sou mais um bebê.
Por que ela ainda tem que me chamar de pestinha? Ela abriu minhas cortinas e o sol pesado brilhou diretamente nos meus olhos. Eu gemi e rolei para longe da luz forte irritante, e da pele cintilante da minha mãe. “Levante, dorminhoca”. Ela cantou e os lençóis desapareceram da minha cama.
“Que é isso?! Se é meu aniversário eu posso dormir até tarde”, eu disse, fazendo biquinho.
“Eu não consigo acreditar que você já tem 6 anos. Há seis anos atrás você entrava neste mundo."
Eu gemi. “Lá vamos nós de novo.” Eu amava minha mãe profundamente, mas ela precisava dar esse discurso todo ano? Era sempre a mesma coisa… eu entrei nesse mundo, e ao mesmo tempo meu pai teve que transformar minha mãe para mantê-la viva. Ok, quando eu conto a história parece um pesadelo, mas quando minha mãe, Bella, conta, ela a faz soar como um conto de fadas. Eu odeio como eles contam a partir do exato ano em que eu nasci, e não pela minha idade física. Eu posso ter apenas 6 anos de idade, mas eu gosto de falar que hoje estou fazendo 11. “Onde está o papai?”, perguntei quando minha mãe terminou a história.
“Preparando o seu presente. ” Minha mãe sorriu para mim e desapareceu no meu closet. Ela jogou de lá de dentro um vestidinho de alcinha. Dado que vivíamos numa ilha, estava sempre quente, e assim meu closet estava cheio de vestidos de verão. Graças à minha tia Alice. Tia Alice era a única pessoa que eu conhecia que dizia que eu não era como a minha mãe. Estilo era algo do qual eu havia crescido próxima, então eu havia me tornado familiarizada com ele. Minha mãe, por outro lado, nunca havia tido senso de estilo enquanto era humana. Acredite, eu havia visto as fotos que comprovavam isso.
“Presente?” Eu perguntei excitada.
“Vista-se e venha ver o que é.” Antes que ela pudesse me dar meu vestido, eu havia saído da cama e estava correndo pelo corredor.
“Pai!” Eu gritei, minha voz ecoando no teto de catedral da sala de estar. O que você comprou pra mim? Onde você está? Eu amava ser capaz de conversar com o meu pai através dos meus pensamentos. Ele não me respondeu, então eu encontrei a sala de estar vazia e corri até meu quarto de brinquedos. Também estava vazio. Marco! Eu ouvi a risada abafada do meu pai.
“Polo!” Ele gritou, e eu me virei em direção à voz dele.
Marco! Eu chamei de novo através dos meus pensamentos.
Sua risada estava mais alta enquanto eu percorria o caminho até o quarto dos meus pais.
“Polo!” Ele gritou e eu abri a porta do quarto deles com força. Aquele quarto também estava vazio, mas a porta de vidro deles estava escancarada.
“Esse jogo não é exatamente o mesmo quando você só escuta um dos lados.” Minha mãe riu enquanto caminhava atrás de mim.
“Bem, eu teria sido capaz de encontrá-lo com muito mais facilidade se ele tivesse simplesmente me dito onde estava. “
“Assim foi mais divertido.” Edward, meu pai, deu um sorriso zombeteiro enquanto caminhava para dentro do quarto. “Feliz aniversário, querida.” Ele se ajoelhou e beijou minha testa.
“O que você comprou pra mim?” Perguntei, quicando ao redor dos meus pais.
“Está lá fora.” Minha mãe cobriu meus olhos e meu pai segurou minha mão. “Desça.” Meu pai me disse quando chegamos na porta deles. Eu desci para o que era o jardim do nosso quintal. A pedra estava quente em contato com meus pés, mas eu não liguei. “Ok Bella. ” Meu pai disse, e minha mãe tirou a mão dos meus olhos. Levou um minuto até que eles se adaptassem ao sol forte.
“NÃO PODE SER!” Eu gritei quando vi o quadriciclo motorizado pelo qual eu estava babando nos últimos 2 anos. Nós tínhamos todo esse espaço ao nosso redor, e correr e andar na minha bicicleta não era tão divertido quanto seria se eu tivesse um quadriciclo. Meu pai não queria me comprar um porque achava que eu era nova demais. Ele me diria “Absolutamente não!” E depois ele sairia resmungando algo do tipo, “Você tem que ser exatamente como a sua mãe?” Eu nunca entendi essa parte, mas que seja, eu tinha um agora!
“É todo seu. Com algumas regras. ” Claro que ele tinha regras. Que pai superprotetor não tinha regras? Eu tinha certeza que ele havia feito a fábrica colocar airbags em algum lugar. “Eu tentei, mas eles não fizeram.” Ele respondeu a pergunta que eu não tinha feito. Eu rolei os olhos. “Regra número um, você não sairá dirigindo sozinha. Nunca. Se eu descobrir que você saiu eu vou esmagá-lo até que não sobre nada a não ser pó. “
“Então… o quê, vocês vão correr ao meu lado? Isso não tem graça. ” Eu choraminguei.
“Bella!” Ele chamou, e eu percebi que minha mãe não estava mais atrás de mim. Eu ouvi o ronco de um motor, e ela veio dando a volta na casa voando num quadriciclo maior.
“Eu posso lidar com essa regra.” Eu sorri. Mesmo que nós fôssemos os únicos na ilha (dado que era a ilha da minha mãe), meus pais estavam sempre pensando em algo divertido que pudéssemos fazer. Nós estávamos aqui há um pouco menos de 3 anos, e eu ainda não havia me entediado. Era em momentos como esse em que eu ficava extremamente feliz pelos meus dois pais terem ficado congelados para sempre como adolescentes.
“Regra número dois, você vai usar seu capacete e sua jaqueta o tempo todo. “
“Nem pensar! Aquela coisa é horrorosa, e o tempo é quente demais para uma jaqueta. Eu protestei. A coisa de ‘não dirigir sozinha’ eu podia tolerar, mas não os equipamentos enormes.
“Então você não dirige. Eu não vou correr o risco de você cair e se machucar.” Meu pai pegou o capacete preto e dourado e o enfiou na minha cabeça. Ele bateu no topo do capacete e riu. “Ela me lembra de você. ” Ele disse para a minha mãe. Eu tive que virar meu corpo inteiro para olhar para ela. Ela ainda estava no seu quadriciclo e atirou a cabeça para trás rindo.
“Sim, e eu odiava tudo isso tanto quanto ela odeia.” Ela lhe disse.
“Ela teve um quadriciclo quando era humana?” Perguntei, quase em choque. Eu havia ouvido histórias do quão desajeitada minha mãe era, e o pensamento de alguém lhe vendendo um quadriciclo era um tanto cômico. Meu pai riu enquanto ouvia os meus pensamentos.
“Não um quadriciclo. Ela saiu e arranjou 2 motos, e ela e Jacob as consertaram. “
“Uma moto!” Eu disse em meio a gargalhadas.
“Sim, e porque eu não estava com o equipamento de segurança na primeira vez eu perdi o controle da moto, voei por cima do guidão, e terminei com pontos na cabeça.” Minha mãe apontou a lateral da sua cabeça.
“Você nunca me contou isso.” Meu pai soava chocado.
“Você nunca perguntou.” Ela deu de ombros.
“Ok, de volta ao presente agora. Eu vou usar o capacete, mas não quero usar a jaqueta. ” Propus.
“Vista a jaqueta nas primeiras vezes. Então, dependendo de como você se sair, eu vou cogitar que você não precise usá-la. ” Claro que ele ia fazer isso.
“Fechado!” Eu disse estendendo a mão, e ele a apertou. “Podemos ir dar um passeio?”
“Você não quer se vestir antes? E eu acho que tem um bando de gente esperando para lhe dar os parabéns.” Meu pai disse, tirando o capacete da minha cabeça. Meu longo e ondulado cabelo caiu ao meu redor. Antes ele era todo cheio de cachinhos, mas conforme eu cresci ele alisou um bocado. Meu cabelo era exatamente da mesma cor do cabelo do meu pai, mas eu acabei com o ondulado da minha mãe.
“Jakey!” Eu me virei e voltei correndo por dentro do quarto dos meus pais e para dentro do meu quarto de brinquedos. Eu tinha um computador que meus pais haviam me dado no meu primeiro aniversário na ilha. Ele era completo, com uma webcam e um sistema de som surround instalado no quarto, e então parecia que com quem quer que fosse que eu conversasse, a pessoa estava bem aqui comigo. Como eu tinha os pais mais legais do mundo, eles se certificaram de que todo mundo lá em casa tivesse uma webcam para conversar comigo. O primeiro que eu vi surgir na tela foi o meu melhor amigo no mundo inteiro. Meu Jakey. Ele era a melhor figura de irmão mais velho que eu poderia pedir. Eu amava quando ele estava perto de mim. Ele fazia que eu me sentisse feliz.
“Ei, anãzinha! Feliz aniversário.” Ele disse, e me soprou um beijo.
“Oi Jake!” Eu acenei e lhe soprei um beijo de volta.
“Como está indo o seu dia até agora?”
“Ótimo! Minha mãe me acordou, e disse que meu pai estava com meu presente lá fora. Eles me deram um quadriciclo!” Eu disse esganiçada.
“Sério? Edward… Edward lhe deu um veículo motorizado sem paredes indestrutíveis te rodeando?”
“Eu ouvi isso!” Meu pai gritou do outro quarto.
“Sim! Eu ganhei um, mas ele comprou um pra ele e um pra mamãe também. Eu não posso dirigir a não ser que eles vão comigo, e eu tenho que usar um capacete idiota. ” Eu fiz biquinho.
“Use. Eu não quero ver essa sua cabecinha linda toda machucada.” Jacob disse, e meu pai rosnou no outro quarto. Eu não entendia porque ele odiava tanto o Jacob, mas eu havia aprendido a ignorar isso.
“Eu não tenho escolha. Além disso, a mamãe contou a respeito do seu pequeno acidente de moto.”
“Ah, sim. ” Ele disse rindo. “Este foi um dia interessante.”
“Aposto que foi!” Eu ri.
“Então, a Bella voltou a pilotar na terra. Legal. Eu mal posso esperar para ir e te levar para pilotar. ” Jacob piscou para mim.
“Quando você está vindo?! Venha agora!” Eu quiquei na minha cadeira.
Jacob explodiu em gargalhadas enquanto me assistia. “Termine suas aulas, e quando você estiver de férias de verão eu estarei aí para te visitar. “
“Sério?” Perguntei, ainda quicando.
“Prometo.” Ele deu um aceno com a cabeça e então suspirou. “Suas tias querem dizer oi. Tenha um aniversário muito feliz, e eu estou com saudade, pequena. “
“Também estou com saudade, Jakey. ” Eu lhe soprei outro beijo, e ele fez o mesmo.
Tia Alice e tia Rosalie escorregaram para a cadeira depois que Jacob levantou, e acenaram. “Você parece tão velha! Pare de crescer.” Tia Rosalie disse.
“Feliz aniversário, linda. Veja, ela fica uma graça até mesmo de pijama. Eu tenho orgulho de dizer que você é minha sobrinha.” Tia Alice, claro que ela estava reparando no que eu estava vestindo.
“Estou com saudade, pessoal. ” Eu disse, rindo.
“Nessie!” Eu ouvi minha prima gritando fora da câmera.
“Lyss!” Alyssa surgiu na tela e a tia Rosalie a puxou para o seu colo.
“Adivinhe só?!” Ela gritou enquanto se inclinava por cima da mesa. “Claire e eu vamos te visitar no feriado de primavera!” Ela disse antes que eu tivesse a chance de falar.
“Sério? Isso é incrível! Quem decidiu isso?” Perguntei.
“Nós decidimos.” Minha mãe disse enquanto entrava no quarto. Ela se ajoelhou atrás da cadeira e acenou. “Ei, pessoal!”
“Oi!” As três disseram de volta.
“Onde está o meu irmão?” Tia Alice perguntou.
“Bem aqui.” Ele disse enquanto entrava no quarto com um prato de panquecas com pedacinhos de chocolate e uma vela acesa no topo. Ele apagou a luz e eu olhei de volta para a tela. Vovó e vovô Cullen apareceram junto com meus dois tios e Jacob. Eles todos cantaram parabéns para mim e meu pai se ajoelhou ao meu lado para que eu pudesse soprar a vela. “Faça um desejo. ” Ele sussurrou antes que eu soprasse.
Eu fechei os olhos e sorri. Eu não posso desejar nada. Eu tenho tudo que eu sempre quis. Abri meus olhos e soprei a vela.
“Eu te amo.” Meu pai beijou minha testa e deslizou seu polegar ao longo da minha bochecha. “Diga tchau e venha tomar café da manhã.” Meu pai se virou para a tela do computador e sorriu, “Falamos com vocês mais tarde.”
Cada um deles se despediu e disse que me amava. Eu acenei e lhes soprei um beijo antes de pular da cadeira e ir tomar meu café da manhã.

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